Conferência da Mulher

Mais de 40 Conferências de Políticas Públicas para Mulheres já ocorreram em Pernambuco



As Secretarias e Coordenadorias da Mulher com o apoio da Secretaria da Mulher do Governo de Pernambuco já promoveram mais de 40 Conferências de Políticas Públicas para Mulheres até este mês de setembro. Durante essa semana (05 a 09/09), os municípios de Limoeiro, Tabira e Barreiros realizarão encontros para discutir sobre novas políticas públicas para mulheres e escolher delegadas para representarem as cidades na III Conferência Estadual, 24 a 26 de outubro, no Centro de Convenções.

Conferências - No município de Bom Jardim, Agreste do Estado, a Coordenadoria da Mulher mobilizou mais de 450 mulheres das áreas urbana e rural para a I Conferência Municipal de Políticas Públicas para Mulheres. Também convidadas ao encontro, as mulheres dos municípios vizinhos de Surubim e Orobó deram sua contribuição ao evento, que ocorreu no dia 25 de agosto. Para a coordenadora da Mulher, Ana Paula Lima Duarte, a conferência foi positiva e muito boa para construção de novas propostas para as mulheres da região. O psicólogo do CRAS, Ellcio Ricardo, trouxe para o encontro um texto onde relatou como as mulheres são reproduzidas de forma pejorativa em algumas músicas e o Projeto de Lei que proíbe órgãos públicos de contratarem tais bandas.

Enquanto na Conferência de Altinho, realizada no dia 31 de agosto, o destaque foi a participação dos homens no processo de discussão. Já a experiência da Conferência de Tamandaré, segundo a vice-prefeita Conceição Cavalcanti, revela a transformação das relações entre homens e mulheres.

Confira o artigo do psicólogo do CRAS de Bom Jardim, Ellcio Ricardo
Até que enfim alguém resolve fazer algo pela digna censura musical

A Deputada Estadual Luiza Maia PT – BA resolve elaborar um projeto de lei que proíbe órgãos públicos de contratarem shows das bandas que cantam músicas com letras que maculam a imagem da mulher, por exemplo, “me dá, me dá, patinha, me dá, sua cachorrinha”. Nobre iniciativa deputada, já era tempo de isso acontecer.

Ouvimos todos os dias este tipo de música chula e fechamos os ouvidos para o que ela representa. Os pagodeiros, swingueiros, que as cantam dizem que a intenção é apenas proporcionar alegria, que eles respeitam as mulheres, que elas mesmas dançam as músicas...O pior de tudo é que algumas mulheres compram estes argumentos baratos.

Primeiro pensem uma coisa, quem compõe estas músicas são homens ou mulheres?
Resposta: homens. Quem canta? Resposta: Homens
Esta música nada mais é do que uma contra reforma do movimento feminista, ou seja, um movimento de estancar a tomada de autonomia e poder alcançado pela mulher no século XXI. São homens querendo ludibriar a lucidez feminina oferecendo a elas pequenas doses de auto-desvalor, misturadas com swing servil. Ritmadas pela musicalidade, pelo bailar do corpo entregue ao saciar dos movimentos sensuais, deixam-se arrastar como lagartas ignóbeis impregnadas de ignorância reproduzindo a mesma servidão de outrora ao machismo patriarcal.

Dançamos o ritmo e esquecemos a letra para obscurecer que a mulher dança sua própria descompostura, esquecemos a letra porque não é importante que a mulher tenha consciência de que ela é “escrava”, “cachorra”, que merece ser tratada objeto nas mãos dos “seres superiores da criação”. Os homens que apóiam estas letras nas músicas de pagode forró, tecno-brega ou outros, desejam que a mulher permaneça no mesmo lugar de sempre, na reserva ou na cozinha. Estas músicas são o próprio incentivo à violência de gênero, ao abuso e exploração da imagem do feminino nos dias hodiernos.

A dignidade começa pelo reconhecimento do lugar que se ocupa na sociedade e pela consciência do sentido acerca do modo de produção de sua representação social.

Compactuar com este gênero musical produzido, por homens,  é desconsiderar toda uma jornada de luta em prol da conquista do direito do respeito social, alcançado pela mulher do usufruto da liberdade e da possibilidade de fortalecimento de uma existência autônoma e empoderada, eminentemente feminina

Éllcio Ricardo
Psicólogo do CRAS de Bom Jardim.
 

Fonte:http://www.portaisgoverno.pe.gov.br/web/secretaria-da-mulher/exibir_noticia?groupId=30863&articleId=961154&templateId=31823

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